Por Sérgio Maffioletti*
Muitas vezes perguntamos qual o nosso papel ou responsabilidade com nosso planeta, país, cidade, bairro e comunidade. Temos dificuldade em nos inserir como responsáveis diretos com o que acontece ou pode ser mudado para o bem pessoal e coletivo e, nesta situação, a questão ambiental é uma das que tempos atrás estava colocada de lado ou de menor importância. Mas o jogo virou. Os tempos e resultados dessa ausência de comprometimento com a sustentabilidade ambiental local têm se revertido para um engajamento firme e contínuo de governos, entidades públicas e privadas e por aqueles que podem, sim, mudar tudo isso: vocês!
É notório, porém, que há pessoas que olham algumas demandas ambientais ainda de forma lúdica ou muito distante de sua ação prática, achando que apenas especialistas ou pessoas de formação nas áreas ambientais podem agir e se sentem não capacitadas para exercer um papel relevante na conservação e preservação ambiental. Esses precisam virar a chave da sustentabilidade da sua mente e entender que tudo ao seu redor esta interligado por fluxos de energia, troca de gases, interações bioquímicas e genéticas e, mais importante, são interdependentes no modo de viver, de agir, de produzir bens de consumo, alimentos e tudo mais necessário para manutenção dos atuais 7 bilhões de pessoas que vivem numa metrópole nova-iorquina ou no mais distante vilarejo das Ilhas Fiji.
Uma forma de pensarmos como podemos agir individualmente para o bem de todos está na reflexão de como vivíamos no passado e retomar costumes. Cultivar pequenas hortas em seu prédio ou varanda, instalar captação de água de chuva na sua casa, variar suas idas ao trabalho de ônibus ou de bicicleta, priorizar embalagens retornáveis ou produtos que se apresentem em refil, diminuindo a compra de embalagens volumosas que normalmente são descartadas são alguns caminhos. Podemos também conversar com entidades sociais ou brechós locais para entender que tipo de materiais e utensílios precisam ou normalmente comercializam e, em vez de jogar fora aquela roupa ou móvel sem uso, podemos doar ou até mesmo comercializar a preço de custo e, assim, fazer girar a economia local. Pensando nisso, alguns itens que precisamos emergencialmente podem ser comprados em comércio e mercadinhos de bairros, eliminando a necessidade de deslocamento com veículos, praticando caminhadas leves ou de bicicleta com a família.
Inserindo a ideia da tecnologia disponível e em expansão vertiginosa nos últimos 20 anos, temos desde a área de engenharia e arquitetura com a construção de edifícios mais inteligentes e de menor impacto no consumo de recursos naturais, a área de biotecnologia produzindo mais alimentos em espaços mais reduzidos, eliminando a necessidade de desmatamento de novas áreas, as tecnologias de tratamento e reuso de águas residuais, bem como de produção de energias mais limpas como a solar e a eólica. Além disso, a tecnologia está em nossas mãos com os aplicativos e redes colaborativas de economia solidária que permitem potencializar uma enorme rede de pessoas e atitudes, atingindo comunidades inteiras, mudando suas práticas socioambientais, como o compartilhamento de transporte e de equipamentos.
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Mas e você, o que pode fazer pelo amanhã, hoje? Nesta Semana do Meio Ambiente seja um diferencial na sustentabilidade da sua comunidade e comece a idealizar e implantar práticas ambientais no seu dia a dia, e não esqueça que tudo que há neste planeta está interligado com você, em dependência mútua e contínua, e que sua atitude hoje será sentida nas próximas gerações.
*Sérgio Maffioletti é gerente de Desenvolvimento Socioambiental do Grupo JCPM.
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