Imagine estar aproveitando a sua festa de aniversário, quando chega aquela garota linda – com a mãe a tira colo – que você só conhecia de vista. Afinal, ela era a namorada de um colega. O anfitrião, que no dia fazia 17 anos, teve a ajuda do destino. Quando a convidada se aproximou para dar os parabéns, começou a tocar a música “Namoradinha de um amigo meu”, de Roberto Carlos. Sem duvidar, ele a chamou para dançar. “Eu disse para Aldo que não sabia dançar e ele logo arrumou uma solução. ‘Não tem problema, eu ensino’, disse”. Mal sabiam eles que aquela seria a primeira das muitas músicas que dançariam juntos nestes 55 anos de romance.
“Quando eu segurei a mão dela, durante aquela dança, eu sabia que era ela. Eu não sei nem explicar. Mas, junto com essa certeza, me veio o medo de perdê-la. Me questionei se eu conseguiria namorá-la, mas sempre fui otimista. Eu confiei e acreditei que ficaria com ela”, conta Aldo Alfino, hoje com 73 anos. No final da noite, Neide nem achou o namorado – que dias depois se tornou ex – e Aldo aproveitou para acompanhá-la até em casa. Eles moravam em bairros próximos – ela em Sítio Novo, Olinda, ele em Campo Grande, Zona Norte do Recife.
Alguns dias depois, Aldo viu Neide passar na rua que ele morava e logo puxou conversa: “Eu perguntei para onde ela ia e descobri que estava a caminho do cinema. Corri pra dentro de casa, me arrumei muito rápido e cheguei lá antes dela”, conta junto com uma risada. “Eu estava indo assistir à Garotas, Garotas e Mais Garotas com Elvis Presley! Não sei como ele chegou lá antes de mim. Foi naquele dia que começamos oficialmente a nos paquerar”, relembra Neide Alfino, hoje com 68 anos.
Depois deste dia, Aldo continuou sua missão de conquista.“Ele era sempre atencioso e conversávamos muito. Acredito que ele foi me conquistando com sua gentileza”. O casal segue junto desde então, com exceção de um hiato, quando completaram seis meses de namoro. “Eu terminei porque ele tinha sido ciumento. Depois deste episódio, me procurou chorando e pediu desculpas. O mais importante foi que ele realmente mudou e nós voltamos.”
Aproximadamente um ano e meio depois, eles noivaram e, em 1967, disseram “sim” um para o outro no altar. Durante esses anos, Neide aprendeu a dançar. “No início, pisava muito no pé dele”, lembra. Depois, aprendeu e tornou-se sua companheira de salão, festas e vida. O casal tem dois filhos.
Foi, inclusive, dançando que Aldo e Neide apareceram pela primeira vez em uma matéria do Viva RioMar. O casal encantou a todos com suas coreografias e animação durante o show da banda Dasta Gomes & The Smokin’ Snakes, no Feriado É No RioMar, no último dia 21 de abril. E nesta segunda-feira (11), comemoraram antecipadamente – com muita dança, é claro! – , os 53 anos de noivado que completam neste dia 12 de junho. Mais uma vez, arrasaram durante o show da banda Túnel do Tempo, no Amor & Música RioMar, evento em comemoração ao Dia dos Namorados.
Companheirismo
Neide e Aldo se definem “eternamente jovens”. “Nós dançamos porque gostamos e nos sentimos felizes”, comenta Aldo. E quando questionado sobre o que Neide representa para ele, rapidamente escolheu apenas uma palavra: “Tudo”. Neide também compartilhou o que o marido representa pra ela: “Ele é meu eterno companheiro. O amor nunca acaba, ele só melhora com o tempo. E eu quero terminar nossos dias de mãos dadas com ele. Sempre juntos.”
“Ele é meu eterno companheiro. O amor nunca acaba, ele só melhora com o tempo. E eu quero terminar nossos dias de mãos dadas com ele. Sempre juntos.”
E em tempos de fragilidade dos laços humanos e da teoria do Amor Líquido – que relata uma dificuldade em manter vínculos a longo prazo – do filósofo polonês Zygmunt Bauman, o casal ensina. “Eu acredito que o mais importante para um relacionamento durar muito é o diálogo. Nós somos um livro aberto um para o outro e isso faz toda diferença”, conclui Neide. #ficaadica
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