* Atualizada em 26 de setembro de 2021.
A escola mudou de endereço e os olhos que antes focavam no quadro, agora, que a adaptação se fez necessária em detrimento da Covid-19, se direcionam para os computadores ou tablets. Todavia, os cuidados e preocupações com as queixas dos pequenos para enxergar, com relatos até mesmo dores de cabeça, continuam as mesmas.
“Atualmente, onde as crianças estão tendo que se adaptar a telas, o cuidado com a visão dos pequenos deve ser ainda maior, principalmente com relação as pausas, para evitar problemas como olho seco, astigmatismo e principalmente, miopia”, explica a oftalmologista do HOPE, Eveline Barros.
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) lançou um manual com orientações sobre o uso de telas e internet. O documento, elaborado pelo Grupo de Trabalho sobre Saúde na Era Digital da SBP, complementa e atualiza as recomendações lançadas pela entidade em 2016 sobre o tema:
Principais recomendações:
– Evitar a exposição de crianças menores de dois anos às telas, mesmo que passivamente;
– Limitar o tempo de telas ao máximo de uma hora por dia, sempre com supervisão, para crianças com idades entre dois e cinco anos;
– Limitar o tempo de telas ao máximo de uma ou duas horas por dia, sempre com supervisão, para crianças com idades entre seis e 10 anos;
– Limitar o tempo de telas e jogos de videogames a duas ou três horas por dia, sempre com supervisão e nunca “virando a noite” jogando, para adolescentes com idades entre 11 e 18 anos;
– Para todas as idades: nada de telas durante as refeições e desconectar uma a duas horas antes de dormir;
– Oferecer como alternativas: atividades esportivas, exercícios ao ar livre ou em contato direto com a natureza, sempre com supervisão responsável;
– Criar regras saudáveis para o uso de equipamentos e aplicativos digitais, além das regras de segurança.
Ainda com relação ao prejuízo do uso das telas para os olhos
Um levantamento feito pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia, indica que cerca de 20% dos pequenos em idade escolar apresentam problemas de visão, e a miopia lidera. Ela, inclusive, atingirá cerca de 50% da população mundial em 2050, de acordo com a Organização Mundial de Saúde.
No entanto, neste caso, não é apenas o excesso de telas e novas tecnologias, o aumento dos casos de miopia também aparecem em detrimento da falta de atividades ao ar livre.
“Nossa visão é composta por um mecanismo de contração do músculo ciliar, que permite olhar para objetos mais distantes, e focar nitidamente em objetos mais próximos. Quando as crianças estão digitando, ou assistindo aulas, desenhos e lives, ela força a vista e termina olhando e focando apenas no que está próximo, o que resulta num esforço contínuo, motivo que também pode desencadear a miopia”, esclarece.
Para minimizar o problema, a oftalmologista elenca algumas dicas e cuidados com a saúde ocular neste período de ensino a distância:
“Tentar a cada meia hora fazer uma pausa de cinco minutos para mudar o campo de visão; evitar colocar brilho excessivo nas telas dos eletrônicos; procurar uma letra que fique confortável ao olhar, para evitar forçar a visão; deixar, sempre que possível, o fundo branco nas telas do computador; não aproximar demais as telas dos eletrônicos dos olhos, dar uma distância de 50cm, aumentar o consumo de água, evitar ar condicionado e diminuir o uso de lentes de contato”, finaliza.
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