Marcos Palmeira fala sobre empreendimento sustentável

Marcos Palmeira fala sobre empreendimento sustentável

A maioria do público o conhece por personagens marcantes na telinha, como o pescador Guma, da novela Porto dos Milagres (2001) ou o marcante João Pedro, de Renascer (1993). Nascido em uma família de artistas em 19 de agosto de 1963, no Rio de janeiro, Marcos Palmeira soube desenvolver o seu talento natural e consolidar uma carreira artística de sucesso. O que muitos não sabem é que o ator também trabalha fora das cenas. Marcos possui uma fazenda em Teresópolis, área serrana do Rio de Janeiro, a “Vale das Palmeiras”, onde cultiva alimentos orgânicos. Para conhecer um pouco mais sobre o projeto, a equipe do Viva RioMar entrevistou o artista.

Sustentabilidade: um debate necessário

Fora da tela, você desenvolve um outro projeto que nem todos conhecem: é dono de uma fazenda de alimentos orgânicos. Como e quando começou esse projeto?

O projeto Vale das Palmeiras começou em 1997. A princípio, era só uma produção de leite. Depois, virou produção de hortaliça. E estou há 21 anos fazendo um trabalho de recuperação ambiental, desenvolvimento de pecuária leiteira orgânica, que é o foco hoje com laticínios, e oferecendo ao mercado produtos derivados do leite.

Quantos hectares tem a Fazenda Vale das Palmeiras? O que é produzido lá?

A fazenda tem 210 hectares. O foco da produção hoje é laticínios, desenvolvimento da pecuária leiteira. Temos um laticínio dentro da fazenda.

Além de vender seus produtos, você vende os de outros pequenos produtores. Como é feita a seleção?

Temos parceiros. Vendemos um chocolate que o cacau vem da Bahia. A seleção é feita sempre pela qualidade: produtos que tenham qualidade e que estejam afinados com a filosofia da fazenda, que é desenvolver a cadeia produtiva de orgânicos. Então, a gente trabalha com grupos de pequenos produtores, o que é bem interessante para a gente.

Quais são as principais dificuldades encontradas no Brasil para o empreendedorismo sustentável?

As dificuldades encontradas no Brasil para o empreendedorismo sustentável é que as políticas públicas não são muito voltadas para isso. Quer dizer: um grande produtor de soja tem uma facilidade de financiamento, ele tem isenção de vários impostos. Uma grande empresa de refrigerante, por exemplo, tem a isenção de vários impostos enquanto um produtor de refrigerantes orgânicos fica totalmente amarrado. Então, acho que o consumidor precisa fazer parte dessa cadeia. De alguma forma, ele tem também que cobrar do mercado a origem do produto. Acho que esse é um dos focos.

 

Você fala de alimento ético e estilo de vida simples. Pode exemplificar o que considera alimento ético? E como classifica um estilo de vida simples?

Alimento ético porque é um alimento que respeita toda a cadeia produtiva. Ele respeita a natureza, o clima, o produtor, respeita o consumidor. E um estilo de vida mais simples eu acho que é você entender o que você consome, quais são as suas necessidades reais. A gente não ficar tão contaminado pelo marketing, como se a gente tivesse necessidade de tudo. Na verdade, a gente precisa de muito pouco para ser feliz. 

Conexão Sustentável

O RioMar Recife realiza, nesta terça-feira (27), no Teatro RioMar, o evento Conexão Sustentável – Um encontro pelo amanhã, hoje. O objetivo é debater questões como economia sustentável, futurismo e ecossistema. Os ingressos custam R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia), à venda na bilheteria do teatro e no site. O evento começa às 18h30. Toda a venda será revertida para o Centro Escola Mangue, localizada no Pina.

Entre os debatedores, além do ator Marcos Palmeira, o evento ainda conta com a presença de Lala Deheinzelin, considerada umas das principais futuristas da América Latina, especialista em novas economias, e o professor da Universidade de Pernambuco (UPE) Clemente Coelho Jr., com estudos na área de sustentabilidade e mangue.

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