Varejo: quando a tecnologia anda de mãos dadas com o propósito
Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem

Varejo: quando a tecnologia anda de mãos dadas com o propósito

“Não é pela tecnologia. É pelo propósito”. A frase veio de uma constatação após dias de imersão em um evento tradicionalmente voltado para a tecnologia, a NRF (National Retail Federation), considerada a maior feira de varejo do mundo, realizada anualmente em Nova Iorque. O autor é Luiz Antonio Secco, com grande experiência na área (desde 1976). Luiz foi um dos palestrantes do evento Pós NRF 2019, realizado nessa segunda-feira (11) no Teatro RioMar, promovido pela  Associação dos Lojistas do RioMar Recife.Quem abriu o encontro foi Tiago Mello (CEO DWZ), que integra o grupo Brasil Varejo.

Em sua apresentação, Luiz trouxe várias observações do varejo novaiorquino, com as novas ideias e tendências expostas na Convenção da NRF, dando insights aos lojistas de como alinhar o físico ao digital, focando, sobretudo, na experiência do cliente. No Brasil, 96% dos consumidores ainda preferem a loja física. No entanto, o digital influencia e atrai o cliente para dentro da loja. “Por que o cliente vai entrar na sua loja diante de tantas ofertas?”, questionou o especialista. “Comece pela vitrine. Cause uma ruptura visual na frente da sua loja”, disparou.

Falando em propósito… o palestrante, que já atuou como CEO de grandes marcas do varejo brasileiro – como a saudosa Mesbla – , levou o público a refletir sobre o que está motivando cada empresa. “O varejo sempre foi e vai continuar sendo movido por propósito. Não é sobre produto, nem tão pouco tecnologia, é sobre a razão. O novo varejo precisa unir essência e tecnologia.”

“O varejo sempre foi e vai continuar sendo movido por propósito.”

O pernambucano Tiago Melo focou em trazer cases de sucesso observados em sua viagem com um grupo de varejistas a Nova Iorque, em janeiro. Mas antes, foi taxativo: “O consumidor quer experiência sem atritos. Se ele não tiver uma boa experiência, dificilmente volta”. Em seguida, apresentou modelos de marcas fortes como a Nike, Starbucks e Gucci, que investiram no segundo semestre do ano passado em lojas conceito. São elas:

1.Starbucks Reserve Roastery
Promete o café mais fresco que o cliente vai tomar na vida, desde a torra do grão até o consumo.

2. Restoration Hardware (RH New York)
Loja de móveis que mais parece uma galeria de artes. Transformou o produto em serviço.

3. Gucci Wooster
Leva os apaixonados pela grife a conhecerem e “experimentarem” os produtos sem comprá-los. Resultado? Em 2018, o faturamento da Gucci cresceu 36%

4. Amazon 4 Stars
A importância da relevância social (ou reviews)

5. Nike House
Experiência única, em que o cliente “clica” no produto e adiciona no carrinho.

6. Color Factory NYC
Espaço instagramável que proporciona apenas experiências.

7. Fao Schwarz
Criada em 1862, é uma famosa loja de brinquedos que (re)convida crianças e adultos a viverem experiências únicas.

8. Glossier Flagship Store
Criada pela blogueiera Emily Weiss, é voltada para o mercado de produtos de beleza, colocando o cliente como sua principal inspiração, desde a criação do produto até a venda.

9. The RealReal NYC
Funciona como um brechó de artigos de luxo, em que todas as peças são consignadas.

10. Rebag
Loja especializada no nicho de bolsas de luxo de segunda mão. São mais de 40 grifes como Hermes, Jimmy Choo e Chanel. O diferencial é a curadoria criteriosa.

As lições da NRF 2019 para o varejo brasileiro

Deixe seu comentário