Por Thays Martins
Do RioMar Recife
“Não costumo cruzar os braços porque sempre estou de braços abertos para a vida”
Foi assim que a conversa foi iniciada com Ilka Reis, de 39 anos, que em menos de um ano descobriu que estava com câncer de mama, fez cirurgia, além de diversas sessões de quimioterapia e radioterapia para, enfim, chegar à cura.
Para ter mais exatidão, todo esse processo durou cerca de 10 meses e foi iniciado graças a um exame preventivo agendado através da Casa Rosa, uma associação não governamental que dedica recursos para acolher mulheres com câncer, que auxilia com exames preventivos para mulheres que não possuem condições financeiras para custear.
Com um sorriso acolhedor, Ilka conta que desde o diagnóstico até a alta médica, muitos hábitos foram modificados em sua vida, fazendo com o ato de viver fosse ressignificado, trazendo um novo olhar para o mundo. “Em todo o processo eu quis mostrar que ainda vivia, me divertia e sorria. É filme que a gente morre, é novela que a gente morre. Então as pessoas acham que quem tem câncer vai morrer. Isso não é verdade!”, revelou.
E Ilka está certa. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), quando o câncer de mama é diagnosticado no estágio inicial, há 95% de chances de cura. O período de tratamento e abordagem variam de acordo com cada caso, mas o primordial é diagnosticar no início.
Câncer de mama: a importância do exame de rotina
Mas, como se diagnostica no início? Para Ilka foi intuitivo. A mãe e a tia de Ilka foram diagnosticadas com câncer de mama e isso acendeu um sinal de alerta em sua vida. Ela passou a fazer o autoexame procurando nódulos da mama através do toque.
Para além do autoexame, em 2020 Ilka procurou a Casa Rosa para realizar a mamografia de rotina e conseguiu o exame gratuito. O resultado veio e não havia câncer. No entanto, em 2021, tudo mudou. Ilka refez o exame através da Casa Rosa e, com o resultado, veio a surpresa: um nódulo pequeno e suspeito foi encontrado.
A campanha do Outubro Rosa foi imprescindível para Ilka, tendo em vista que o seu diagnóstico foi realizado neste período e, com isso, foi identificado que seu câncer de mama estava em estágio inicial. Assim, foram dois meses entre o diagnóstico inicial e a cirurgia.
“No meu caso foi indicado primeiro a cirurgia porque era muito pequeno. No dia 3 de dezembro foi realizada uma quadrantectomia. Fiz a quimio, fiz rádio e terminei o tratamento. A quimioterapia foi a parte mais difícil porque é algo que mexe muito com seu corpo, mas graças a Casa Rosa e ao Outubro Rosa, eu estou contando uma história feliz.”
“A vida é mais simples e mais bela”
Nesses 10 meses de tratamento, Ilka explicou que deixou seu Instagram público para dar mais visibilidade às boas situações de todo o processo. Ela revelou ainda que nos dias em que estava mal, não havia postagens porque essa parte do efeito da quimioterapia, por exemplo, todo mundo conhece tendo em vista que é amplamente difundido.
“Abri meu Instagram e mostrei minha rotina para as meninas e ser esperança para elas. Postava minha alimentação saudável, gravava fazendo exercícios, enfim, sempre mostrei que existe vida e que câncer tem cura, sim!”
Por fim, Ilka foi enfática em como quer que falem dela e sobre todo o seu processo. “Vai lá e espalha para todo mundo que conhece uma menina que teve câncer de mama e ficou boa em menos de um ano.”
Especialista explica sobre a prevenção
Bruno Pacheco, que é médico oncologista clínico, explica que, de uma forma geral, é importante praticar a prevenção. “Prevenção é uma coisa e diagnóstico precoce é outra. Então, a prevenção é tentar ter uma vida saudável evitando bebidas alcoólicas, gorduras, doces. Além disso, praticar atividades físicas, comer frutas, verduras e fazer acompanhamento médico.”
Sobre o autoexame, o médico esclarece que o autoexame de se apalpar deve ser feito todo mês a fim de identificar uma elevação ou caroço, mas que esse hábito não deve substituir o exame de mamografia. “A paciente deve fazer os movimentos do autoexame e, se ela notar alguma coisa diferente, deve procurar um profissional de saúde. Então, a paciente deve se autoexaminar, mas que não substitua pelo exame de imagem”, pontuou.
Por fim, o médico Bruno Pacheco destacou que o mês do Outubro Rosa é uma campanha imprescindível porque acende um alerta para o cuidado e conscientização sobre o câncer de mama. Além disso, o oncologista enfatiza que este mês merece ser destacado pelos avanços da medicina quanto aos exames e tratamentos direcionados no combate ao câncer de mama.
Quiosque Solidário RioMar com Casa Rosa
Neste mês de outubro, o Quiosque Solidário RioMar, localizado no Piso L1, recebe a Casa Rosa com os seus produtos para serem vendidos e o valor arrecadado será revertido para cobrir os custos da Casa Rosa no acolhimento e atendimento das mulheres com câncer de mama.
Você encontra itens como canecas, xícaras, garrafas térmicas, guloseimas, camisas e até acessórios para casa. A gama de produtos é bastante variada e vale a pena conferir no local todos os itens dispostos.
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