Por Cíntia Tereza**
Há uma concordância quase universal sobre a centralidade da felicidade nas nossas vidas e que a felicidade é a missão mais importante, senão uma das mais. Queremos ser felizes e queremos que aqueles que nos importamos também sejam.
A felicidade é tão importante para as pessoas que não surpreende que uma das maiores mentes humanas da história, Aristóteles, investiu muito tempo pensando e escrevendo sobre o assunto. Segundo ele, “a Felicidade é o significado e o propósito da vida, todo o objetivo e fim da existência humana.”
Na bíblia, o rei salomão afirmava que o maior objetivo da vida “é alegrar-se e fazer o bem.”
Dalai Lama proclamou: “Quer a pessoa acredite em religião ou não, quer a pessoa acredite nesta ou naquela religião, o propósito da nossa vida é a felicidade, o próprio movimento para a nossa vida é a felicidade.”
O que converge nas ideias desses pensadores é que a felicidade ocupa um lugar no mais alto topo da pirâmide dos nossos objetivos: fortuna, sucesso, sabedoria, vitórias. Assim, qualquer outro objetivo deve ser subordinado e secundário à felicidade. Seja qual for o nosso desejo, social ou material, ele é apenas um meio para o que de fato fomos criados. A maioria das riquezas é inútil, se não puder proporcionar felicidade.
Se a felicidade é de uma ordem superior, dedicar-se para compreendê-la e explorá-la, parece ser uma digna missão, assim como compartilhar e contribuir para a felicidade dos indivíduos, organizações, comunidades e nações.
Mas será que a nossa felicidade ou infelicidade pode ser determinada até certo ponto por nós? Durante a maior parte da história humana, a felicidade foi associada à sorte e ao destino, no entanto, tanto a sorte como o destino não estão sob o nosso controle. Mas foi a partir do iluminismo que tal visão mudou e, sim, nós somos mestres do nosso devir, influenciadores do nosso destino.
Thomas Jefferson filho do iluminismo, afirma que “todos os homens são iguais, que são criados iguais, que são dotados pelo criador de certos direitos inabaláveis como a vida, a liberdade e a busca da felicidade”. É nosso direito buscar a felicidade. Isso abre um divisor entre o velho mundo, que designava a sorte como fator determinante da nossa felicidade e o mundo atual, onde tudo se resume à dedicação. Nesse sentido, Jefferson define: “Acredito muito na sorte, e acho que quanto mais eu trabalho, mais sorte eu tenho”. Logo, a dedicação é um dos atributos necessários para buscar e alcançar a felicidade.
Mas apenas a dedicação e esforço não são suficientes. Precisamos saber para onde estamos indo, obter informações sobre o que estamos buscando de forma que nos oriente na direção correta. Do contrário, podemos ir na direção errada e nos afastar do nosso objetivo final, ficando menos felizes. Embora a felicidade seja importante para todos nós e estejamos empenhados para isso, no geral, não estamos ficando mais felizes, os níveis de bem-estar estão diminuindo. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), entre 2009 a 2013, o número de casos de depressão subiu de 460 milhões para 650 milhões. Ou seja, parece que estamos indo na direção errada.
Como encontramos o caminho? Precisamos visualizar o que estamos buscando, precisamos saber com o que se parece o nosso destino, se quisermos encontrá-lo. Ou seja, precisamos entender e perceber como é a felicidade para que a nossa busca não nos afaste e, sim, nos aproxime.
Mas o que é felicidade? Esta é a questão que vamos abordar no nosso próximo artigo. Até breve…
* Cíntia é gestora de Gente e Hospitalidade do RioMar Recife. É personal e professional coach pela Sociedade Brasileira de Coaching e integrante da Happiness Studies Academy (HSA – Academia de Estudos da Felicidade do Doutor Tal ben Shahar).
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