Uma noite em que a música falou mais alto. Bem mais alto. É que o último dia da sexta edição do RioMar Jazz Fest, nessa segunda-feira (29), foi tomado pelos solos de guitarra e por vozes exuberantes. O evento gratuito aconteceu na Praça de Alimentação do mall, a partir das 19h.
Vintage Pepper com seu estilo retrô – rapazes de colete e suspensórios e a vocalista Bianca Vieira de saia rodada e microfone clássico – criou um clima dos tradicionais pubs de New Orleans (EUA). Dona de uma voz poderosa, Bianca passeou por sucessos internacionais como “Age of Aquarius”, da banda 5th Dimension, e, claro, pela obra de Amy Winehouse a exemplo de “Valerie”. Um convite irresistível para dançar.
Em seguida, aconteceu aqueles momentos mágicos proporcionados quando a alma encontra a música. Victor Biglione emanava notas afetivas pelos acordes de guitarra que por sua vez encontravam eco na voz reconfortante de Folakemi, cantora inglesa de ascendência nigeriana. O resultado? Um público estupefato como acontece na presença das grandes divas do jazz.
Na plateia, as amigas Maria de Fátima Nunes e Elza Linhares eram uma animação só. “Viemos no sábado e adoramos. Por isso estamos aqui hoje, para repetir a dose. Amamos o jazz mais sofisticado”, contou Maria de Fátima.
E encerrando a noite sem deixar a vibração diminuir, Xime Monzón, cantora e gaitista, destaque da cena musical argentina, impressionou por sua performance enérgica e o talento na gaita. Aliás, nas gaitas. É que a moça carrega consigo doze tipos do instrumento, e quem presenciou a cena vai levar na memória o que a paixão pela música é capaz de fazer.
Netto Rockfeller deu um show à parte na guitarra. Com a formação clássica junto com o baixo e a bateria, o músico, natural de São Carlos, interior de São Paulo, encontrou inspiração no mar recifense e trouxe um repertório de surf music. O público ficou de pé, agitando os braços e balançando a cabeça no embalo dos riffs de Neto Rockfeller.
Acompanhando o festival durante os três dias, Vera Lúcia não se continha de tanta alegria e inspirada pelos sons simétricos da gaita de Xime com a guitarra de Rockefeller ela era o reflexo do que o ritmo suscita em quem ouve. “Eu sou assim. Amo dançar. Se em casa eu danço sozinha, imagina num evento desse? O jazz pra mim é um ‘prato cheio'”, disse empolgada Vera.
Xime Monzón personificou a sensação da noite. Uma saudade antecipada de um festival que marca o coração das pessoas.
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