Hoje, aos 33 anos, Vinícius Nora é um profissional realizado. O sonho da criança, que cresceu em Barra Mansa, interior do Rio de Janeiro, em meio à natureza, e que saía para pescar com o tio, se tornou realidade ao se profissionalizar biólogo. Vinícius participa do Conexão Sustentável, evento promovido pelo RioMar Recife, para debater a importância dos oceanos, no próximo dia 3 de junho, no Teatro RioMar,a partir das 19h.
Nora possui um currículo vasto. Ele é analista de conservação no Programa Marinho do World Wide Fund for Nature Brasil (WWF) – uma Organização Não Governamental internacional que atua nas áreas da conservação, investigação e recuperação ambiental – e tem especialização em biologia marinha e oceanografia, além de mestrado em ecologia.
“Minha família sempre foi formada por pessoas ligadas ao meio ambiente. A gente pescava e ia à praia. Desde moleque aprendi a mergulhar com meu tio. E quando cresci tentei engenharia ambiental, mas percebi que faltava um contato maior com a natureza. Por isso fiz biologia e me envolvi com educação ambiental e foquei nos ambientes aquáticos”, explica Vinícius.
Mesmo assim, o pesquisador sentia falta de algo. Era o contato humano. E dentro da etnobiologia Vinícius estreitou os laços com comunidades de pescadores tradicionais. “Meu trabalho de pesquisa junto à pesca tradicional englobava o território sul e sudeste carioca e o litoral centro-norte paulista. São territórios de pesca dos caiçaras, grupos de pescadores de 100 a 200 anos de pesca nestes locais”, detalhou o biólogo.
E o trabalho deu frutos. “Em conversas com os órgãos fiscalizadores como o Ibama, por exemplo, e de porte de dados robustos científicos, as instituições perceberam que a atividade de pesca artesanal era de baixo impacto destas populações, e, que portanto, estas comunidades deveriam sentir-se à vontade para exercer suas atividades nestes locais”, disse Vinícius.
Este fato evidencia um aspecto muito importante para a preservação dos ecossistemas. É que cada pescador envolvido é um agente propagador das ideias sustentáveis. E o mesmo vale para as sociedades. “É tudo uma cadeia interligada que promove a sustentabilidade. As pequenas ações de cada um, que por sua vez cobram das empresas um postura mais consciente ambientalmente falando até se tornarem pauta dos governos e suas políticas públicas”, conclui o pesquisador.
Vinícius é otimista quanto ao momento que humanidade está passando. “Estamos vivendo um novo paradigma. As pessoas estão mais conscientes da importância de se conservar os recursos naturais. É um passo dado que não retorna mais. Claro, que ainda temos um longo caminho a percorrer, mas estamos assistindo aos resultados de trabalhos com 30, 40 anos de idade, quando as crianças daquela época entraram em contato com a educação ambiental e hoje são indivíduos engajados. Conhecimento destrói mitos”, sentencia Vinícius Nora.
Conexão Sustentável: Fe Cortez mostra que sustentabilidade é possível
Conexão Sustentável
Ao longo de centenas de anos sofrendo com a ação humana, os oceanos já começam a dar sinais de desgaste. Estimativas apontam que, se não for diminuído o ritmo com que se descartam itens como copos, talheres, sacolas, canudos e garrafas descartáveis, os oceanos terão até 2050 mais plásticos que peixes. E para discutir este tema tão importante acontece o Conexão Sustentável RioMar, com a participação do campeão de surf e ativista ambiental Carlos Burle, do analista de conservação no Programa Marinho do WWF Brasil, Vinícius Nora, e da apresentadora e Defensora da ONU Meio Ambiente Brasil na Campanha Mares Limpos, Fe Cortez.
O evento acontece no próximo dia 3 de junho, no Teatro RioMar, a partir das 19h. A data reforça o Dia Mundial dos Oceanos, comemorado no dia 8 de junho, estabelecido pela Assembleia Geral das Nações Unidas. Um momento importante para debater um tema vital para o meio ambiente.
Os ingressos custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia), à venda no site e na bilheteria do teatro.
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