Rosh Hashaná: conheça as tradições do Ano Novo judaico
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Rosh Hashaná: conheça as tradições do Ano Novo judaico

*Por Deoclécio Tadeu do RioMar Recife com a colaboração Iara Margolis

Se olharmos para os diferentes povos ao redor do mundo veremos uma grande diversidade de costumes, crenças e tradições. Isso acontece porque cada grupo, etnia ou religião, enxerga as nuances da vida por uma ótica própria, gerando, desta forma, inúmeros modos de viver. Essas diferenças não podem ser observadas como algo negativo, pois a pluralidade cultural é uma das mais nobres riquezas da humanidade.

E foi pensando nisso que a equipe do Viva RioMar Recife convidou Iara Margolis, membro da comunidade judaica, para falar um pouco sobre as tradições e os significados que circundam o Rosh Hashaná (Ano Novo Judaico) que teve inicio nessa sexta-feira (18) e vai até o pôr do sol do domingo (20).

ROSH HASHANÁ

Nas palavras de Iara Margolis:

“Nessa sexta-feira (18), a partir das 16h55, teve início o Rosh Hashaná, o Ano Novo judaico. Saímos do ano 5.780 para 5.781. Esta festa comemora a criação do ser humano, ou seja, comemora o aniversário deste nosso mundo. O judaísmo é repleto de rituais e significados. Temos o costume de desejar um Shaná Tová Umetuka (um ano bom e doce) e de seguir alguns rituais. As comidas sempre ganham um destaque nas festividades judaicas, inclusive na própria norma de refeição diária, como é o caso da kashrut (alimentos permitidos pela lei judaica).

Cuidar do corpo é uma das formas de cuidar/refinar da alma e de ser livre dos impulsos mundanos. A maçã com mel é um desses símbolos, representando a junção do desejo de um ano bom e doce com a simbologia numérica do termo Dvash (mel em hebraico), que remete à esperança. A chalá (pão trançado especial das festas judaicas e do shabat) deste dia é redonda, remetendo ao ciclo da vida, à continuidade, ao eterno.

A romã é outro alimento que merece destaque, pois os seus caroços simbolizam as mitzvot (são os mandamentos do povo judeu que muitas vezes corroboram com uma boa ação que une o corpo, a alma e a mente a D’us). Ao por do sol de ontem, milhares de famílias judaicas acenderam as velas em um vínculo milenar do nosso povo –  além de ter a simbologia da chama da alma, a luz ainda é vista no judaísmo como uma das armas contra a escuridão. Estas velas receberão não apenas o sagrado shabat, mas também o nosso novo ano.

Hoje temos uma nova criação, uma nova chance de sermos pessoas melhores para este mundo. O Talmud nos ensina que o mundo é julgado pelas suas ações coletivas, apesar de cada pessoa ser julgada pela sua ação individual. Todavia, quando uma pessoa escolhe o lado da escuridão, isso refletirá no mundo coletivo. Estamos em uma época singular da história moderna e em uma época que clama pelo recomeço e pela renovação. Que nossa fé – ao ascender uma chama – reforce os votos da esperança e de um ano bom e doce. Bem-vindo 5781. Shaná Tová Umetuká.”

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*Iara Margolis é Engenheira de Produção, com Mestrado em Engenharia Mecânica e Doutorado em Design Emocional. Além disso, ela é membro da comunidade judaica, autora e professora universitária. 

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