Por Thays Martins
Do RioMar Recife
Protagonismo, o poder da representatividade, ascestralidade e a importância dos negros ocuparem lugares de destaque foram alguns dos assuntos tratados no segundo dia da Expo Preta RioMar. A programação começou agitada no sábado (18) com a apresentação da Twerk Recife.
Expo Preta: afroempreendedores com itens em vitrines no mall
Em seguida, o público pode apreciar o painel “Histórias que inspiram”, com Edna Dantas e Jarda Araújo, sendo mediado por Julio Pascoal. Na ocasião, Jarda destacou sobre a importância do protagonismo, mas também de incentivar o surgimento de novos protagonistas. “Fico muito feliz quando me chamam para um evento. Mas quando sempre há o mesmo convite, percebo que há algo de errado e que eu conheço muita gente boa da área que pode ser protagonista naquele momento. É preciso dar espaço para novos protagonistas”, enfatizou Jarda.
O Maracatu Encanto do Pina também marcou presença na tarde de sábado. A Nação do Maracatu Encanto do Pina foi fundada pela Yalorixá Maria de Sônia de Iemanjá em 1980. Atualmente, o grupo é regido pela Mestra Joana Cavalcante, sendo a primeira mulher à frente de um Maracatu Nação.
Dando seguimento a robusta programação, Manoela Alves e Diogo Ramos comandaram o painel sobre “Letramento racial”, com mediação de Dayse Rodrigues, seguido da apresentação do Afrobaile B2B Baile Charme, com DJ Boneka e Phino que fizeram o público dançar em grande estilo.
Moda e afroempreendedorismo
A Expo Preta é um evento autoral do RioMar Recife, em parceria com o Instituto JCPM, que conta com uma gama de serviços e produtos ofertados por afroempreendedores ao longo da exposição.
Com isso, a programação contou com um desfile de moda africana pensado pelo estilista Lassana Mangassouba. O senegalês de 38 anos está no Brasil desde 2015 e veio em busca de potencializar sua arte e estilo para o público brasileiro. Para o desfile da Expo Preta, Lassana trouxe peças que mesclam design e estética africana com o corte e nuances brasileiras, fazendo uma miscigenação na moda.
Após o desfile, as pessoas puderam participar do painel com Maíra Azevedo, mais conhecida como Tia Má. O painel foi mediado por Pedro Lins e a atriz, comunicadora, escritora e ativista, partilhou sobre sua vivência enquanto mulher, periférica, negra e empreendedora.
Além disso, Tia Má falou sobre a importância de consumir produtos de afroempreendedores. “Nós nos entendemos. Eu quando vou para uma maquiadora, não quero ficar cinza, quero que valorize a minha cor e saiba trabalhar com ela. Tem questões que são muito sensíveis para as pessoas negras e muitas pessoas querem banalizar isso. Quando eu encontro uma mulher preta para fazer o meu cabelo, ela vai entender o quanto uma mulher preta, da minha idade, que nasceu na década de 80, sair de uma determinada forma ainda é tenso.”
Para selar a noite, o painel “Educação Financeira” foi liderado por Viviane Silva, sendo a noite abrilhantada por DJ Makeda.
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