Câmeras digitais, lentes superpotentes e smartphones capazes de capturar os mínimos detalhes em uma fotografia. Nunca foi tão fácil fazer uma foto, basta um simples clique no aparelho celular e voilà, o rolê com os amigos, aquele jantar em família ou o encontro romântico está devidamente registrado. Mas nem sempre foi assim, pois uma das primeiras fotografias reconhecidas data do ano de 1826, atribuída ao inventor francês Joseph Nicéphore Niépce, através de uma câmera escura. E já que nesta quarta-feira (19) celebra-se o Dia Mundial da Fotografia, que tal conhecermos um pouco mais dessa história? Vem com a gente.

No Dia Nacional das Artes, o destaque vai para a obra nordestina

Desde já é válido ressaltar que não existe apenas um responsável pela invenção da fotografia, mas trata-se de um processo de anos realizado em conjunto ou separadamente por inventores, químicos, farmacêuticos etc. Pois bem, as primeiras experiências fotográficas de químicos e alquimistas datam de cerca 350 a.C. Entretanto, foi em meados do século X que o árabe Alhaken de Basora percebeu a natureza das imagens que se projetavam no interior de sua tenda trespassada pela luz solar. Em 1558 outro passo importante foi dado com o conceito da “câmara escura” descrito por Giovanni Baptista Della Porta, tal método, inclusive, fora usado por Leonardo da Vinci e outros artistas do século XVI para esboçar pinturas.

Já em 1604, O cientista italiano Angelo Sala passou a trabalhar com um composto de prata escurecido pelo sol, supondo que o efeito de imagem fosse produzido pelo calor. Mas essa tese foi desconstruída por Johann Heinrich Schulze, que fez experiências com ácido nítrico, prata e gesso em 1724 e descobriu que era a prata halógena, convertida em prata metálica, e não o calor, que provocava o escurecimento. Como dito, depois de inúmeras experiências e pesquisas, em 1826 Joseph Nicephore Niepce conseguiu “imprimir” a luz em uma superfície, muitos o considera o pai da fotografia, pois esse seria o início da foto como conhecemos hoje. Ele usou uma câmara obscura, e um tipo especial de papel com cloreto de prata. A superfície da imagem precisou ficar cerca de 8 horas exposta ao sol, por isso ele denominou a técnica de “heliografia”, gravura com a luz do Sol.

Outro grande nome na história da fotografia foi o francês Louis Jacques Mandé Daguerre, que chegou a trabalhar junto com Niepce. Ele desenvolveu o método  “Daguerreotipia” que reduzia o tempo de revelação de horas para minutos. Esse método, inclusive, gerou grande polêmica pelo fato de cogitarem a possibilidade do fim da pintura.

No final do século XIX, por volta de 1888, com a chegada de empresas como a Kodak, a fotografia se popularizou pois com as novas tecnologias não era mais preciso profissionais para manusearem as câmeras. Desde então, esse universo só evoluiu com câmeras cada vez mais tecnológicas e fotos em alta definição. Para se ter uma ideia, são realizados diariamente 1,2 bilhão de uploads de imagens na plataforma da Google, segundo pesquisa da própria empresa. Já segundo os dados do Facebook, são postadas cerca de 300 milhões de fotos por dia na rede social e 95 milhões de fotos no Instagram.

Bom, depois desse resumo pela história da fotografia, Deoclécio Tadeu, estudante de letras da FAFIRE e colaborador do RioMar Recife, elaborou um cordel especial para homenagear a arte da fotografia. Confira!

A princípio preto e branco
Hoje em dia colorida
O que seria da memória
Se não fossem os registros
Que encantam nossa vida.

A foto do céu azul
Faz a gente parar no tempo
Sentir no rosto a leveza do vento
Da vontade de morar no nascer do sol
Viver para sempre esse momento

E as lentes que registraram aquela tarde de infância
Já fez a gente chorar de alegria
Querer voltar ao passado
Ser pequeno de novo
Com gosto de nostalgia.

E se a foto capturar o anoitecer
Contemplo aquela imagem
E me encho de coragem
É que o céu escuro
Me remete ao amanhã
Já desejo o futuro.

A foto é viagem no tempo
É perfeita poesia
Por isso, celebrem essa arte
Viva o Dia Mundial da Fotografia.