O Brasil tem muito a comemorar nesta sexta-feira (19), data em que se celebra o Dia do Cinema Brasileiro. O dia foi escolhido em memória ao cinegrafista italiano Affonso Segretto, que filmou sua chegada ao Rio de Janeiro em 1898, filmagem considerada a primeira gravação em território brasileiro. Durante esse percurso, os filmes nacionais passaram por uma transformação profunda e alcançaram o patamar de sucesso de público e crítica. Se antes tínhamos produções de baixo custo e com forte apelo sexual, agora a arte acumula cifras, prêmios e traduz sentimentos que só o Brasil com o seu talento é capaz de fazer. Abaixo, você pode conferir uma seleção
» Central do Brasil
O longa, de 1999, é de Walter Salles e emocionou as plateias do mundo todo com a história emocionante da amizade entre Dora, uma amargurada ex-professora, que ganha a vida escrevendo cartas para pessoas analfabetas, e Josué, o filho de nove anos de idade de uma de suas clientes, que acaba sozinho quando a mãe é morta em um acidente de ônibus.
A obra foi indicada ao Oscar daquele ano na categoria Melhor Filme Estrangeiro. A interpretação de Fernanda Montenegro lhe rendeu ainda a indicação para Melhor Atriz.
» Cidade de Deus
O filme (2002), dirigido por Fernando Meirelles, marcou época na história do cinema brasileiro. Baseado no romance de Paulo Lins, é uma saga urbana que acompanha o crescimento do conjunto habitacional de Cidade de Deus, entre o fim dos anos 60 e o comeþo dos anos 80, pelo olhar de dois jovens que moram na comunidade: Buscapé, que sonha se tornar fotógrafo, e Dadinho, que se torna um dos maiores traficantes do Rio de Janeiro.
Em 2004, o longa foi indicado para concorrer ao Oscar em quatro categorias: melhor diretor, melhor roteiro adaptado (Bráulio Mantovani), melhor fotografia (César Charlone) e melhor edição (Daniel Rezende). Além disso, foi eleito o oitavo melhor filme nacional de todos os tempos, segundo a Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine).
» Carandiru
Em 1992, um episódio que ficou conhecido como Massacre do Carandiru entrou para a história da cidade de São Paulo. No dia 2 outubro, depois do início de uma rebelião no Pavilhão 9, diversas tropas de elite da Polícia Militar, comandada pelo coronel Ubiratan Guimarães, entraram no prédio e mataram ao menos 111 presos. O filme (2003), dirigido por Héctor Babenco, conta a história do presídio antes e depois do Massacre de 1992, e narra a história de um médico (Luiz Carlos Vasconcelos) que se oferece para realizar um trabalho de prevenção a AIDS no maior presídio da América Latina, o Carandiru.
O longa possui um elenco de peso com Rodrigo Santoro, Lázaro Ramos, Wagner Moura, Gero Camilo, Caio Blat, entre outros. É baseado no livro “Estação Carandiru”, de Dráuzio Varella.
» Aquarius
Dirigido pelo diretor pernambucano Kléber Mendonça Filho, Aquarius é uma obra de profundo olhar sentimental, que trata do valor da memória através da compreensão do que é antigo, sem que seja necessário descartar o novo. A história é baseada na vida de Clara (Sonia Braga), que tem 65 anos, é jornalista aposentada, viúva e mãe de três adultos. Ela mora em um apartamento localizado na Av. Boa Viagem, no Recife, onde criou seus filhos e viveu boa parte de sua vida. Interessados em construir um novo prédio no espaço, os responsáveis por uma construtora conseguiram adquirir quase todos os apartamentos do prédio, menos o dela. Por mais que tenha deixado bem claro que não pretende vendê-lo, Clara sofre todo tipo de assédio e ameaça para que mude de ideia.
O longa foi eleito o melhor filme estrangeiro pelo Sindicato Francês da Crítica de Cinema e concorreu à Palma de Ouro no Festival de Cannes, em 2016.
» Bacurau
Já que falamos da obra de Kléber Mendonça Filho, é indispensável citar “Bacurau”. O filme vencedor do prêmio do júri do Festival de Cannes em 2019, se passa em uma cidade fictícia de mesmo nome, em um futuro próximo, no interior de Pernambuco. Na trama, o vilarejo começa a ser sabotado por grupos interessados em exterminar o local – nos mapas oficiais, a cidade já não existe mais. O elenco conta com Sônia Braga, Karine Teles, Barbara Colen e o ator alemão Udo Kier.
» Que Horas Ela Volta?
Regina Casé encarna, no papel principal, a adorável empregada doméstica Val, que recebe a filha na casa dos chefes enquanto ela presta o vestibular. É revelador tanto para os personagens quanto para o público o quanto as relações humanas entre “patrão-empregado” e suas respectivas famílias é intrínseco e retratado por um roteiro fácil e profundo. O filme dirigido por Anna Muylaert denota, de forma sutil e cativante, uma realista crítica às desigualdades sociais históricas no Brasil. Obra indispensável para quem ama assistir a um bom filme!
» O Auto da Compadecida
Um obra prima nacional. Lançado primeiro como minissérie, é um dos melhores exemplos de comédia tipicamente brasileira, sucesso de bilheteria e crítica. A adaptação da peça de Ariano Suassuna ainda inovou ao apresentar nas telas de cinema uma linguagem totalmente influenciada pela do teatro. O filme mostra as aventuras de João Grilo e Chicó, dois nordestinos pobres que vivem de golpes para sobreviver. Eles estão sempre enganando o povo de um pequeno vilarejo no sertão da Paraíba, inclusive o temido cangaceiro Severino de Aracaju, que os persegue pela região. Somente a aparição da Nossa Senhora poderá salvar esta dupla.
» Tropa de Elite 2 – O Inimigo Agora É Outro
Um marco na história do cinema brasileiro, Tropa de Elite ganhou um sequência de igual ou maior valor. O filme é uma superprodução do diretor José Padilha, responsável por levar aos cinemas um público de cerca de 11,2 milhões de pessoas. Em “Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora é Outro”, Nascimento, agora coronel, foi afastado do BOPE por conta de uma mal sucedida operação. Desta forma, ele vai parar na inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Estado. Contudo, ele descobre que o sistema que tanto combate é mais podre do que imagina e que o buraco é bem mais embaixo.
» Minha Mãe É Uma Peça 3
“Minha Mãe É Uma Peça 3” definitivamente é um sucesso. O filme dirigido por Suzana Garcia e estrelado por Paulo Gustavo, atingiu a marcar de maior bilheteria da história do cinema brasileiro. No terceiro longa da sequência, Dona Hermínia vai ter que lidar com a gravidez da filha, o casamento do filho e como se já não bastasse dar conta disso, seu ex-marido será seu novo vizinho.
» Lisbela e o Prisioneiro
Lisbela (Débora Falabella) é uma moça que adora ir ao cinema e vive sonhando com os galãs de Hollywood dos filmes que assiste. Leléu (Selton Mello) é um malandro conquistador, que em meio a uma de suas muitas aventuras chega à cidade de Lisbela. Após se conhecerem eles logo se apaixonam, mas há um problema: Lisbela está noiva. Em meio às dúvidas e aos problemas familiares que a nova paixão desperta, há ainda a presença de um matador (Marco Nanini) que está atrás de Leléu, devido a ele ter se envolvido com sua esposa (Virginia Cavendish).
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