100 anos de Corbiniano ganha exposição no RioMar
Fotos: Arnaldo Carvalho/Especial para o RioMar Recife

100 anos de Corbiniano ganha exposição no RioMar

Por Thays Martins
Do RioMar Recife 

Na manhã desta segunda-feira (4) foi lançada a exposição “100 anos de Corbiniano Lins – a festa!”, um projeto democrático da história e arte daquele que é um dos mais importantes artistas negros da arte moderna e contemporânea em Pernambuco, Corbiniano Lins. 

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A exposição, que ficará em cartaz gratuitamente entre os dias 3 e 30 de março na Praça de Eventos 2, localizada no Piso L1 do RioMar Recife, contou com a presença de Francisco José, filho do artista, e Bruna Pedrosa, curadora da exposição e Denielly Halinski, gerente de marketing do RioMar Recife.“100 anos de Corbiniano Lins – a festa!” conta com o apoio do RioMar Recife e educativo elaborado por Carol Corrêa, colaboradora do artista ainda em vida.

Com isso, Francisco José revelou que aprendeu a admirar e contemplar expressões artísticas com o pai e explicou sobre a influência feminina nas obras pensadas e elaboradas por Corbiniano. 

Francisco revelou que essa obra era a preferida do seu pai. Agora, a cabeça faz parte do acervo da família, tendo valor sentimental imensurável.

“A exposição está sendo muito gratificante por estar exaltando os 100 anos de uma pessoa e artistas que fizeram tanto por Pernambuco e a cultura popular brasileira. Aprendemos a sempre ter admiração pelas obras e, principalmente, ter respeito a figura feminina que ele exaltava muito. A mulher é sempre muito evidenciada em suas obras porque ele nunca teve uma presença masculina como pai ou padrasto. Então, quem acolheu Corbiniano foram as mulheres. Ele devia tudo o que ele era às mulheres”, enfatizou Francisco. 

O projeto é uma exposição que celebra o centenário de nascimento do artista, que faria 100 anos em março de 2024, e conta com cerca de 80 obras de Corbiniano Lins, inclusive com 50 delas disponíveis para venda. O artista desenvolveu trabalhos em técnicas diversas, tendo se popularizado pelas esculturas em alumínio fundido espalhadas pelo Recife e outras capitais do Nordeste. Integrante do Ateliê Coletivo nos anos 50, liderado por Abelardo da Hora, Corbiniano colaborou com artistas como Zé Claudio, Brennand, Samico, entre outros.

Bruna explicou que foi um desafio montar uma exposição fora de um ambiente tradicional de um museu.

Bruna Pedrosa foi a responsável pela curadoria da exposição e explicou que o processo se baseou em apresentar a diversidade de peças e as diferentes técnicas utilizadas, como Tapeçaria, desenho, entalhe e serigrafia,  em suas obras. “O processo de curadoria se baseou em mostrar o número de peças e os diferentes processos e técnicas. Ele é muito mais conhecido como escultor, por suas peças de alumínio fundido, mas Corbiniano é um artista completo que se diferencia por conseguir ser excelente em tantas técnicas diferentes. Então, quisemos dar o enfoque de falar um pouco sobre a vida do artista e suas técnicas e temas trabalhados.”

Desse modo, a ideia do nome da exposição surgiu devido ao álbum de serigrafias: Recife de janeiro a janeiro, de 1974, encontrado durante a pesquisa curatorial, com 10 serigrafias pouco vistas pelo grande público e um texto de Hermilo Borba Filho que leva o título “Corbiniano: a festa”.

A exposição inclui obras e a história do artista, oferecendo uma experiência enriquecedora e educativa, destacando-se também na preservação e valorização da herança cultural de Pernambuco e do Recife dentro da história das Artes Visuais.

Por falar na valorização da cultura, Denielly Halinski falou sobre a possibilidade de  aproveitar o centenário de Corbiniano, que completaria 100 anos no dia 2 de março, e sediar o projeto no RioMar como uma exposição democrática, inclusiva, acessível que traz todo legado de um artista que foi um destaque no modernismo. 

Denielly evidenciou que a exposição amplifica o alcance das obras e artes não só para quem fica no Recife mas também para as pessoas das capitais vizinhas, como Natal, Maceió, João Pessoa e interior do estado.

“O RioMar desde sua construção se posiciona como um centro de conteúdo, entretenimento, sendo as compras uma consequência disso tudo. Já sediamos exposições nacionais, internacionais, exposições de arte, cultura, expressões artísticas na literatura, na música, na dança e propriamente obras de artistas pernambucanos. Tudo isso faz parte dessa história do RioMar”, completou a gerente de marketing do RioMar Recife.

A exposição segue até o dia 30 de março, com entrada gratuita, tendo sempre dois educadores presentes para orientação dos conteúdos educativos e simbólicos. Assim, é uma ótima oportunidade de aprendizado, engajamento e apreciação artística para os visitantes de todas as idades, gênero, raça, classe e níveis de familiaridade com a arte.

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