Além do constante sentimento de incerteza, ocasionado pela pandemia do coronavírus, o período de pandemia também deu lugar a uma série de transtornos e problemas ligados à saúde mental. Além disso, a linha tênue existente entre a cobrança por produtividade e vida pessoal, contribuiu para que o ritmo de vida fosse alterado, afetando os hábitos e a qualidade do sono de boa parte da população.
Um estudo realizado no Reino Unido, em agosto de 2020, mostrou que o número de pessoas com insônia aumentou de uma em seis, para uma em quatro, com mais problemas em alguns grupos, incluindo mães e trabalhadores essenciais. No Brasil, o cenário de precarização na saúde e perda de empregos também pode funcionar como um gatilho para a perda de sono. Fatores como o ingresso no segundo ano de pandemia deu origem ao que está sendo chamado de “corona-insônia”.
O fenômeno mundial, que está associado a perda de qualidade de vida durante a pandemia, traz preocupação aos especialistas. De acordo com a otorrino da HOPE, e especialista em medicina do sono, Raquel Rodrigues, os problemas frequentes para adormecer costumam trazer impactos a longo prazo. “Lidar com insônia, seja durante a pandemia ou fora dela, é desafiador. Mas o que poucas pessoas sabem é que o sono de má qualidade pode dar lugar a depressão, doenças cardiovasculares ou diabetes”, explica.
A especialista também ressalta a importância de procurar ajuda profissional quando o problema começar a se desenvolver, caso contrário, a doença corre o risco de tornar-se permanente. O tratamento mais comum tem ligação com a terapia-cognitivo comportamental para a insônia, que consiste em uma série de hábitos para adquirir uma nova rotina antes de dormir. Segundo Raquel, em alguns casos se faz necessário o auxílio medicamentoso.
“Também existem pequenas atitudes que podem melhorar a higiene do sono, como por exemplo, não levar o celular para a cama, e também evitar trabalhar no mesmo ambiente em que se dorme”
Além dessas orientações, outro especialista em medicina do sono, o otorrino José Ricardo também indica: “É importante investigar as razões por trás da insônia, podendo também surgir como resultado de um trauma recente. O melhor tratamento será definido ao analisar o histórico do paciente”, finaliza o médico.
Deixe seu comentário
Você deve estar conectado para postar comentário.