O que mais empresta sentido à vida do que as intensas paixões humanas? A roda das emoções acompanha a história da humanidade e nesse sábado (28) as raízes ibéricas entraram em cena com a ópera Carmen, de Bizet. Na interpretação, a Academia de Ópera e Repertório e Sinfonieta da UFPE, comandada pelo talentoso maestro Wendell Kettle, fechou em grande estilo o Concertos da Primavera, evento gratuito, promovido pelo RioMar Recife, no Piso L3.
A obra erudita é dividida em quatro atos e começa com um show à parte dado pelo quarteto de cordas da orquestra. Em seguida, apenas os solistas demarcam o início da trágica história de amor. E no momento seguinte, vozes e acordes, juntos, convidaram o público para uma viagem ao interior da Espanha.
Por entre os olhares atentos da plateia, um casal se destacava pela empolgação. Antônio Laurindo e Sandra Freitas, não apenas acompanhavam o desenlace dos acontecimentos, como também eram vistos cantando trechos da apresentação. “Sou aposentado e aproveito o tempo livre para fazer aquilo que mais gosto: estudar música. Já assisti inúmeras vezes a ópera Carmen, e fui surpreendido com esse evento gratuito enquanto passeava pelo shopping. Lógico que não iria perder”, afirmou Antônio com satisfação.
Esse fascínio tem uma explicação. É que a obra, na verdade, surgiu primeiro como um pequeno romance, de mesmo título, de Prosper Mérimée. E Bizet, após ler a história original, decidiu transformar em ópera as artimanhas da sedutora Carmen, que afasta Don José de sua noiva Micaela.
Profundo apreciador de exibições culturais, Flávio Ribeiro que veio a trabalho ao RioMar não resistiu. “Há um certo vazio de cultura em nossos dias, e é de se parabenizar ações como a dessa noite de sábado. Uma oportunidade enriquecedora, ainda mais por ser gratuita”, disse Flávio.
O maestro Wendel comentou o sucesso da apresentação. “São em média 20 músicos, incluindo os solistas. Além disso, há todo um cuidado com a encenação, figurino e artes cênicas. Para nós foi um prazer muito grande poder executar a obra aqui porque populariza a ópera, forma público, além de trazer um enlevo artístico que uma obra de arte proporciona”, concluiu Wendel.
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