Um segmento que recebe 14 bilhões de visitas por ano, recebe R$ 15 por pessoa em média e gera 205 bilhões por ano no Brasil. Os números ilustram de uma forma geral a importância do food service para a economia e que esteve sob os holofotes nessa segunda-feira (17) durante o Pós NRA Recife, evento promovido pelo RioMar Recife em parceria com a Associação dos Lojistas e com apoio da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), no Teatro RioMar.
No palco, o consultor Luiz Marinho, colunista do portal Mercado & Consumo, especialista premiado na área de marketing e varejo e professor dos custos de gestão em shopping center contextualizou a plateia sobre o desempenho geral das operações de alimentação. “O segmento cresce em torno de 7% ao ano, um número expressivo se comparado com outros indicadores de crescimento como o próprio PIB brasileiro, por exemplo”, destacou Marinho.
E continuou: “Temos dados que evidenciam que 28% dos entrevistados afirmaram ter feito uma alimentação fora de casa um dia antes da pesquisa. Outro registro interessante é quando os números mostram que no Brasil, em 2002, 24% da população tinha o hábito de fazer a refeição fora de casa, e, em 2017, esse númerou pulou para 34%”, disse o consultor. E ressalta: “Sabemos que esse desempenho está diretamente ligado à taxa de empregados no País. Por isso é tão importante que os governos desenvolvam, de fato, programas de empregabilidade para a população”.
Em seguida foi a vez da nutricionista Cristina Souza, diretora executiva e fundadora da GS&Libbra, dar sua contribuição ao tema. A profissional esteve presente no National Restaurant Association, o NRA Show, considerado o maior evento do segmento de alimentação dos Estados Unidos. “Percebemos várias tendências ganhando força no mercado americano e a plant based é uma delas. Por lá, o consumo de vegetais está muito em alta sendo, inclusive, muito bem aceito pelo público não-vegetariano”, disse. Ela explica: “É que a alimentação vegetal deixou de ter aquela imagem de comida sem sabor. Agora, os consumidores perceberam que os pratos à base de vegetais podem ser e são bastante saborosos”, comentou Cristina.
Outra tendência registrada pela nutricionista se dá no hábito dos norte-americanos. “Os lanches rápidos estão substituindo cada vez mais as refeições principais. Essa é uma tendência que precisa ser observada pelo mercado já que o ticket médio também muda”, chamou atenção Cristina Souza.
Já Márcia Chilio, sócia-diretora da GS&Libbra, formada em nutrição e pós-graduada em gestão econômica e financeira destacou as experiências e a humanização do serviço como pontos cruciais para o negócio. “Não adianta apenas automatizar as operações de alimentação. É preciso juntar pessoas e propósito. Em um mundo extremamente digital são justamente as pessoas que fazem a diferença”, afirmou. De acordo com Márcia, é a hospitalidade praticada que reduz a ansiedade dos clientes e contribui para uma experiência positiva na mesa.
Fechando o círculo de palestras, Janice Mendes, diretora Executiva na GS&Malls, com experiência em projetos desenvolvidos e aplicados em shopping centers no Brasil e na América Latina destaca que o segmento food service é o queridinho do momento. “Food is the new fashion. Estamos vivendo um momento muito positivo e precisamos saber como aproveitar da melhor forma. As pessoas e os hábitos mudaram, e, agora, revisitar os conceitos se faz importante. Tem que se investir na experiência das operações, o que reflete até na apresentação dos pratos, por exemplo”, disse Janice.
E ela conclui: “Os locais onde se come fora se tornaram o terceiro ambiente das pessoas depois da casa e do escritório. Então, consequentemente é preciso cuidar desse espaço. São lugares que dão cola social onde as pessoas se conectam”, ressaltou.
De acordo com a Gerente de Relacionamento com Lojistas do RioMar Recife, Andreya Vila Verde, as informações colhidas nas palestras trouxeram uma contribuição importante para os empresários do setor. “O evento proporcionou aos nossos lojistas conteúdo atualizado e dados relevantes sobre o segmento de food service. A gastronomia é experiência, cultura e estilo de vida. As operações devem incorporar serviços e atendimento de qualidade”, destacou Vila Verde.
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