“Sonho que se sonha só é só um sonho que se sonha só, mas sonho que se sonha junto é realidade.” A frase imortalizada na voz de Raul Seixas pode parecer um tanto piegas, contudo, sintetiza de maneira simples um determinado trabalho que dá frutos. E assim é quando nos deparamos com os projetos desenvolvidos por pessoas comuns e que encontraram na sustentabilidade um propósito maior. A gente exemplifica.
É que nesta quarta-feira (5) é o Dia Mundial do Meio Ambiente, estabelecido pela Assembleia Geral das Nações Unidas, e aqui trazemos exemplos reais de gente comum e que passaram a ser disseminadores de ações sustentáveis. São representantes de várias inciativas ambientais do Recife e que bateram um papo com a equipe do Viva RioMar Recife.
As irmãs gêmeas Lais e Laísa Araújo, de 21 anos, por exemplo, criaram o movimento “Xô, plástico”. A primeira estuda biblioteconomia enquanto a segunda cursa biologia, e encontraram na preocupação com o meio ambiente um ponto convergente. “A gente estava em casa assistindo a um documentário sobre lixo quando decidimos criar algo que ajudasse a conservar os ecossistemas”, conta Laísa.
Foi aí que Laís deu a ideia de mobilizar as pessoas para juntos minimizar os danos causados à natureza. “Usamos as redes sociais e convocamos as pessoas mais próximas para começar o trabalho. Hoje temos uma média de 50 voluntários que trabalham na limpeza de praias e áreas de manguezais”, conta a jovem estudante.
Já a bióloga Juliana Rodrigues sempre teve inclinação em favor ao meio ambiente. “Com 16 anos eu já vendia mudas e desenvolvia projetos de reciclagem. Aos 30, sou fundadora do perfil Green Girl, que divulga ações ambientais, conta curiosidades e dá dicas sustentáveis”, conta Juliana. Além disso, ela desenvolve projetos como o “Praia sem lixo”, o “Semear”, com foco na educação ambiental e o “Bolhas” – voltado à coleta de óleos de cozinha -, por exemplo. O trabalho de Juliana ainda ajuda sete Organizações Não Governamentais (ONGs).
Para Bárbara Lima, estudante de psicologia e serviço social, a dedicação à saúde da natureza surgiu como um hobby. “Eu sempre amei ir à praia, e muitas vezes me deparava com uma grande quantidade de lixo nos lugares aonde ia. Daí passei a catar sozinha os resíduos que encontrava até ter a ideia de convocar as pessoas pelas redes sociais. No começo eram 20 pessoas, e, agora, somos cerca de 60”, afirma Bárbara, que também fundou a iniciativa “PE Sem Lixo”.
Dona do jargão “Ativismo é amorismo”, Luciana Naira se considera um exemplo de que qualquer pessoa pode mudar os hábitos e tomar ações sustentáveis. “Eu trabalhava com moda em um polo de produtos à base de couro. E após passar por um problema de saúde comecei a dar mais valor à vida e a enxergar a sustentabilidade”, explica a fundadora do movimento “Recife Sem Lixo”. E ela complementa: “O discurso radical afasta. Por isso prego o humor e a linguagem coloquial, que em conjunto com os dados científicos, trazem ainda mais seguidores à causa ambiental”.
Por fim, a administradora e especialista em logística e mestre em gestão ambiental e sustentabilidade Ellen Fernanda resume bem o que permeia as iniciativas de cada um. “O amor à sustentabilidade. As empresas e as pessoas, de uma maneira geral, não valorizam as ações sustentáveis. Muitas vezes me convocam para palestras ou oficinas e nem o gasto com o meu deslocamento querem ter”, revela Ellen.
Para ela, mais do que um milhão de seguidores no mundo digital, é mais importante que cinco pessoas mudem as atitudes no dia a dia. “Qualquer pessoa ou profissional pode ser sustentável. Onde eu trabalho, por exemplo, já não se utiliza mais canudos plásticos. É tudo uma questão de despertar a consciência”, conclui Ellen.
E você? O que pode fazer pelo amanhã, hoje?
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