Quem vê Gabriela Carlos hoje em dia, mãe dos gêmeos Pilar e Martim Breckenfeld – com quase quatro anos de idade-, nem imagina tudo que ela passou até realizar o sonho da maternidade. A Gestora de Projetos Culturais e Educadora Parental estará neste sábado (4), às 18h, no evento RioMar Entre Mães, no Teatro RioMar, falando sobre sua história. Ao lado dela também falam as mães Ana Celma Araújo e Andreza de Castro, no painel Histórias de Vidas. Na mesma noite, também falam a modelo internacional Fernanda Motta, a youtuber Mirella Santos e a cantora Luiza Possi, que ainda fará um pocket show com voz e piano.
Gabriela teve um acidente vascular cerebral (AVC) aos 21 anos e ficou mais de um mês com o lado esquerdo do corpo completamente paralisado. Logo após, foi diagnosticada com síndrome dos anticorpos anti-fosfolipídicos (SAF), uma trombofilia em que o sistema imunológico ataca proteínas normais do sangue. Mais tarde, quando ela resolveu ter filhos, aos 33 anos, sofreu um aborto com nove semanas de gestação.
“Depois disso só me planejei para engravidar novamente aos 35 anos. Eu tomava medicamentos caros e anticoagulantes fortíssimos. Quando já estava no sexto mês de gravidez – meu filho que já tinha até nome, Tomé- , no dia do meu aniversário sofri um sangramento. Chegando ao hospital, descobri que havia tido um deslocamento na placenta e um coágulo estava disputando espaço com o bebê. Mas ainda assim, os médicos diziam que tudo estava bem e ele saudável. Não demorou muito para eu sofrer uma trombose na placenta, que ocasionou a morte do meu filho. Precisei fazer um parto normal para retirá-lo”, explica ela.
A partir daí os médicos aconselharam que Gabriela parasse de tentar engravidar, pois havia risco de vida iminente. A verdade é que ela não desistiu. Começou a viver esse tema, todos os dias, incansavelmente, até que decidiu adotar. E de repente tudo mudou!
Ela compartilhou nas redes sociais um ensaio fotográfico de um bebê, e é aí que entra em cena uma personagem crucial na história: sua amiga Daniele Figueiredo. Após Daniele elogiar o ensaio, Gabriela comentou que iria fazer uma adoção. Dias depois, sua amiga entra em contato e se oferece como barriga solidária para gerar seus filhos.
“Passei três dias até retornar o contato. Simplesmente não dava para acreditar. Mas era real. Então procuramos advogados e resolvemos toda a burocracia. No dia 24 de dezembro de 2014, a gente inseminou dois embriões na minha amiga”, conta Gabriela, explicando ainda que a amiga morava em Porto Alegre (RS), o que não a impediu de acompanhar a gestação mensalmente. E revela: “Mas não foi tudo tão lindo assim. Sofremos muitos preconceitos das pessoas, médicos e amigos. Poucos entendiam a relação de amor que existia na nossa história. Hoje eu sou mãe de duas crianças lindas, saudáveis e felizes. Me sinto realizada”, afirma emocionada Gabriela.
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