“Não sei aonde essa noite vai dar, vou até onde o instinto me guiar esperando a poeira baixar.” É assim que Marcelo Falcão inicia a canção “Mais leve que o ar”, que compõe seu primeiro disco solo, “Viver (Mais leve que o ar)”, a ser lançado oficialmente em turnê que começa neste sábado, 6 de março, no Recife. O artista, que durante anos liderou o grupo O Rappa, resolveu seguir carreira sem os companheiros de banda, apostando em uma nova fase musical e intensificando a sua forma de viver a vida. Em passagem pela Livraria Cultura, no Piso L2 do RioMar Recife, Falcão conversou com exclusividade com a equipe do Viva RioMar e explicou as razões da capital pernambucana ter sido escolhida para o pontapé inicial.
Ao se questionado sobre de onde veio a inspiração para o nome do disco, Falcão emocionou-se ao afirmar que as pessoas estão deixando o “viver” de lado, e que chegou a essa constatação após perder pessoas queridas próximas a ele – como o compositor Marcelo Yuka, seu grande parceiro nos tempos de O Rappa, e o jornalista Ricardo Boechat, ambos falecidos no início de 2019. “Após perder tanta gente querida eu venho percebendo uma inquietação, onde as pessoas estão se prendendo a coisas pequenas e deixando de focar nas coisas maiores como uma melhoria no nosso País, na nossa vida, no nosso dia a dia. Na minha cabeça, precisamos nos concentrar no de fato viver a vida mais leve, fazer o bem ao seu redor”, comentou o músico. Falcão acredita que se você espalha boas “vibes”, tudo que lhe cerca tende a melhorar – e é isso que ele busca trazer neste início de carreira solo.
Carreira solo X O Rappa
Falcão também comentou que nunca vai deixar de ser aquele Falcão de O Rappa. Que o que vem por aí é uma mistura do que ele construiu junto com a banda, mas com um lado seu que ele ainda não mostrou ao mundo. “Claro que nos shows eu vou tocar O Rappa. Eu não tenho como deixar os meus fãs tristes e não tocar o Rappa também não vai me fazer feliz. E estar feliz é tudo o que eu mais quero neste momento tão especial, que é o meu lançamento como artista solo”, disparou. Ainda fez questão de dizer que as pessoas vão encontrar nos palcos o Falcão mais feliz do mundo.
Sobre as participações nesta nova fase da carreira, o carioca destaca Cedryc Myton, músico jamaicano, considerado por ele como um dos maiores reggaemans da cena, que divide os vocais com ele na faixa “Diz aí”. Falcão também exalta a contribuição do pernambucano Lula Queiroga, compositor da letra de “Mais leve que o ar”, que também declama trechos de poemas em “Viver”.
Um disco pop-rock com influências do reggae
Fã assumido do reggae music, Falcão falou sobre os estilos que vão compor “Viver (Mais leve que o ar)”. “Não dá pra negar que eu sou apaixonado pela música reggae. Em casa, eu tenho 4 mil discos de vinil só de reggae e também um programa na FM O Dia, no Rio de Janeiro, só sobre o estilo. Mas este não vai ser o que as pessoas vão ver predominantemente a partir de agora nos palcos e no meu novo disco. Vem aí um Falcão bem pop rock, na verdade”. O artista assumiu que suas músicas – e suas apresentações – terão aquela pegada “pesada” que vai direto ao coração das pessoas, mas o baixo e a bateria vão ser sempre do reggae, que é o que ele ama.
Falcão e o Recife
Recife foi a capital escolhida para dar o pontapé inicial na primeira turnê de Marcelo Falcão como artista solo. De acordo com o músico, ele viveu, nos últimos oito anos, momentos marcantes da sua carreira em solo pernambucano. “Foram apresentações inesquecíveis durante o Carnaval, no Marco Zero, em shows no Abril Pro Rock e também a gravação do nosso DVD na Oficina Brennand, além das minhas passagens pelo Baile Perfumando junto com Lula Queiroga. Recife me acolhe de uma maneira tão única que eu não poderia deixar de (re)começar tudo aqui”, revelou. E finalizou: “Recife vai dar a centelha, o fogo, a pólvora que eu preciso para fazer tudo acontecer no Brasil inteiro.”
O show de Marcelo Falcão será neste sábado, 6 de março, a partir das 21h, no Classic Hall. Na mesma noite também se apresentam a banda Nação Zumbi e o rapper Hungria.
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