São mais de vinte anos pesquisando e falando que as empresas precisam pensar e fazer negócios de um jeito mais ético, transparente, responsável e íntegro, com respeito ao outro (clientes e colaboradores) e cuidado com o meio ambiente. Essa tem sido a causa do consultor master em sustentabilidade Ricardo Voltolini, que já atendeu mais de 350 empresas no Brasil. Nesta quinta-feira, dia 21 de março, ele estará no Teatro RioMar participando do evento Conexão Sustentável. O tema da palestra, que começa às 9h30, será “Liderança com Valores – Uma conversa para líderes de hoje e do amanhã”. Como anda a cultura da sustentabilidade e de liderança com valores nas empresas brasileiras? O Viva RioMar conversou com Ricardo para entender um pouco mais este cenário.
Segundo Ricardo, a cultura define a identidade, os valores, princípios e crenças de uma empresa. “Quado falamos de uma empresa que tem a cultura da sustentabilidade, falamos de uma empresa que adota valores relacionados com o conceito de sustentabilidade. Para mim, sustentabilidade empresarial é um novo jeito de pensar e fazer negócios com ética, transparência, integridade, responsabilidade, respeito à diversidade, respeito ao outro (colaboradores e clientes) e cuidado com o meio ambiente”, define. Mas é preciso deixar bem claro que sustentabilidade não é apenas meio ambiente. “Sustentabilidade é um conjunto de questões relacionadas à governança, à dimensão social e ambiental de uma empresa.”
Mas aqui vai a atenção: é um novo jeito de pensar e FAZER. Mesmo que a empresa não tenha esses valores, ela pode muito bem passar a inseri-los, adotando-os como valores de sua atuação. “Os colaboradores, ao entrarem nesta empresa, rapidamente perceberão que esses valores são importantes. Se a empresa cometer qualquer deslize, o colaborador terá todo direito de questioná-la”, ressalta Ricardo.
Logo, se não for genuíno, não é cultura. É propaganda, visão marqueteira. “Cultura é um conceito de dentro pra fora. Você só constrói cultura se estabelece relação de confiança com todas as partes interessadas, começando pelos colaboradores, que são os seus principais embaixadores. Eles precisam ter convicção de que tudo aquilo que a empresa faz é verdadeiro”, explica o especialista.
Qualquer empresa, pode, portanto, iniciar este movimento, mas ANTES, é preciso fazer um exercício muito honesto e avaliar os impactos sociais, ambientais e econômicos que ela exerce. “Primeiro, a lição de casa, depois a comunicação. A moda pode querer levar algumas empresas a terem o desejo de ser sustentáveis, mas elas podem queimar alguma etapa. Queimou etapa, vai se dar mal, vai parecer mentirosa”, diz Ricardo, com toda a certeza de um estudioso da área.
No caminho da sustentabilidade, Ricardo Voltolini cita um segmento que pode ser um bom exemplo de mudança de paradigma. Até os anos 90, por exemplo, o setor bancário era totalmente indiferente ao tema. “Os bancos brasileiros, hoje, são signatários de um princípio internacional chamado Princípio do Equador. Para fazer empréstimos, os bancos não fazem apenas uma análise rigorosa da capacidade financeira daquele negócio, mas também consideram os riscos socioambientais relativos a ele. A análise é tão rigorosa que os bancos acabam deixando de entrar em negócios que possam gerar algum impacto social ou ambiental negativo. Hoje, os bancos estão começando a investir muito mais em empresas que estão propondo gerar energia de modo limpo e renovável, por exemplo. Essa é uma evolução fabulosa, porque antes os bancos não se preocupavam com isso. É um setor que pode ser considerado referência nas discussões de sustentabilidade no Brasil”, pontua.
O evento Conexão Sustentável é uma realização do RioMar Recife. O objetivo é reunir pessoas das esferas pública e privada para fomentar uma maior conexão entre os líderes do presente e do futuro, construindo empresas que não pensem apenas em gerar lucro, mas que tenham, sobretudo, um olhar atento ao outro e ao meio ambiente.
COMO PARTICIPAR
O Conexão Sustentável será no próximo dia 21, às 9h30, no Teatro RioMar. Os ingressos, que custam R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia), estão à venda na bilheteria e no site do teatro. Toda a renda será revertida para a Escola Mangue.
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