Romoaldo de Souza fala sobre cafés especiais e carrega filtro na carteira
Romoaldo de Souza no Circuito do Café RioMar - Fotos: Paloma Amorim/Especial Para o RioMar

Romoaldo de Souza fala sobre cafés especiais e carrega filtro na carteira

A rodada de palestras gratuitas no Circuito do Café RioMar encerrou-se na noite dessa quarta-feira (18), quando recebeu o jornalista e barista Romoaldo de Souza. Pernambucano, mas residindo em Brasília, Romoaldo falou sobre o tema “Evoluindo do café tradicional ao especial” e confessou algumas curiosidades do seu dia a dia, como por exemplo, o fato de que anda com sachês de cafés moídos e um pequeno filtro na carteira para situações onde ele mesmo pode fazer a sua bebida de maneira prática e não precisa, por exemplo, beber café solúvel.

Após contextualizar a chegada do café ao Brasil, o jornalista emendou numa série de situações vividas por ele durante a transmissão do quadro Café e Conversa, na Rádio Jornal. Ele contou que a dúvida mais frequente dos ouvintes, no começo de tudo, era qual era a função da água com gás que era servida junto ao café nas cafeterias.”Eu respondia que a água com gás serve para limpar o paladar antes de ingerir a bebida, mas que também serve para tomar depois para esquecer o gosto, caso o café seja ruim”, contou, aos risos.

Sobre os cafés especiais, Romoaldo pontuou que esse tipo de café é selecionado e preparado com cautela, em que o produtor escolhe onde e quando o grão será plantado e a hora que vai ser torrado até chegar na sua xícara. Sobre os valores do café especial, ele aproveitou para dar a dica: se o quilo do café especial custar menos de R$ 60, desconfie da qualidade. Os benefícios da cafeína, como a concentração, também foram destacados por ele. “Você sabia que a 9ª Sinfonia, de Beethoven, surgiu após ele se concentrar e tomar um bom café?”, questionou aos presentes.
Para Romoaldo, o café especial tem que ter um aroma que tome conta de toda sua casa. “Se tem aroma forte, então está no caminho certo”, comentou, afirmando também que o local escolhido para a tão estimada “hora do cafezinho” deve ser algo sagrado, pois sempre é um momento de confraternização. Outro ponto a ser destacado pelo barista também foi a temperatura da água, que não precisa estar fervendo, e sim a pelo menos 90 graus, e também a adição de açúcar na bebida. Sobre isso, ele afirma: “Café bom já vem naturalmente doce. O açúcar acaba destruindo o sabor original, além de prejudicar as propriedades naturais do café”.
Romoaldo também fez os presentes na palestra caírem na gargalhada quando ofereceu que durante uma viagem de avião fez o seu próprio café no voo quando lhe ofereceram café solúvel: “Perguntei à aeromoça se ela me achava com cara de quem tomava café solúvel. Perguntei se ela poderia me fornecer apenas a água quente, tirei um mini-filtro da carteira junto com um sachê de café moído e fiz a minha própria bebida.”

Cafés Especiais em Pernambuco

Romoaldo trouxe durante a sua palestra uma informação interessante: a cidade de Taquaritinga do Norte, localizada na Região Agreste de Pernambuco, tem uma plantação secular de café, e lá podem ser encontrados os cafés mais antigos do País. Ele afirma que fala sobre este assunto pelo menos uma vez na semana durante o seu quadro na Rádio Jornal, e que na cidade do Recife podem ser encontradas cafeterias de altíssima qualidade.
A relação de Romoaldo com o café é muito mais do que profissional. O jornalista revelou durante o bate-papo que era alcóolatra e sustentou o vício até o ano de 1994, quando descobriu a sua paixão pelo café. “Hoje em dia eu sou um contador de histórias e eu devo isso aos momentos que o café me proporcionou. O álcool quase me matou, mas o café de qualidade tem me salvado todo dia”, pontuou.
Para a instrumentadora cirúrgica Maria da Penha Jordão, o café é muito mais do que uma bebida, é cultura. Admiradora da bebida e consumidora fiel, ela conta que já trabalhou em um projeto chamado Café com Professor, em universidades em Pernambuco. “Tudo em torno do café é cultura. Já parou pra pensar que na hora do cafezinho se conversa sobre os mais variados assuntos?”, pontuou. Maria da Penha já conhecia o trabalho de Romoaldo, mas ainda não tinha tido a oportunidade de conhecê-lo pessoalmente. “Estou impressionada com tanto profissionalismo!”.
Para Maria da Penha, café é pura cultura

 

O servidor público Augusto Vilaça, que compareceu a todas as palestras do Circuito do Café RioMar, assume que é de fato um coffee lover e foi só elogios a Romoaldo: “Ele é uma fera do jornalismo e fala de café de maneira fácil e descomplicada, como uma boa conversa”. Grande entusiasta da bebida e autor do blog Rapaz do Café, Augusto comenta que sua relação com o café especial – que passou a conhecer há cerca de 4 anos – é de apaixonado e estudioso, já que busca sempre se aprofundar mais sobre o tema com cursos, experiências e palestras. “Romoaldo foi uma escolha muito certa do RioMar Recife para fechar o Circuito do Café. Estão de parabéns”, finalizou.
Augusto Vilaça é responsável pelo blog Rapaz do Café

 

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