Artistas de Tracunhaém enchem o RioMar de cultura regional
Foto: Deoclécio Tadeu/RioMar Recife

Artistas de Tracunhaém enchem o RioMar de cultura regional

Por Deoclécio Tadeu
Do RioMar Recife

Como sabido, os corredores do RioMar Recife estão repletos de obras de arte. Tais itens não são meros detalhes, pois são capazes de encantar quem visita o mall e acentuam o caráter artístico de uma cidade tão cultural como o Recife. Por aqui já passeamos pelos trabalhos de Francisco Brennand e pelas esculturas de José Corbiniano. Então, para fechar o “tour das artes”, vamos conhecer um pouco das esculturas dos artistas de Tracunhaém, cidade conhecida como “a terra do artesanato de barro”. Dentre os escultores caminharemos pelas obras de José Joaquim da Silva, Zezinho Filho e Ivo Diodato. Vem com a gente!

Obras de José Corbiniano Lins imortalizadas no RioMar Recife

JOSÉ JOAQUIM DA SILVA

O ceramista José Joaquim da Silva, o Zezinho de Tracunhaém, fez da arte santeira a sua expressão maior, tornando-se um dos mais importantes artistas populares do Brasil, fonte de inspiração e mestre de dezenas de artesãos, tendo obra escultórica encontrada em acervos de igrejas, museus e coleções particulares, como o Museu de Arte Contemporânea (PE), Museu Casa do Pontal (RJ) e Palácio do Planalto.

Nasceu no dia 5 de julho de 1939, no município de Vitória de Santo Antão. De família humilde, foi criado no corte da cana-de-açúcar e até os 21 anos de idade esse foi seu meio de sobrevivência, trabalhando em engenhos da região. Conheceu sua companheira, Maria Marques, em Chã de Alegria e com ela com ela fugiu porque o sogro não queria ver a filha casada com um trabalhador da palha da cana. Depois de casados retornaram para Chã de Alegria. Acompanhou o sogro, quando este se mudou para a cidade de Nazaré da Mata e lá começou a trabalhar como ajudante de pedreiro.

Em uma eventual viagem à vizinha Tracunhaém, o jovem pai de família se deparou com a produção artística dos artesãos do município e ficou fascinado. Ganhou de Lídia Vieira – pioneira e uma das mais notáveis artistas da cidade  – um punhado de barro.

“Sentir o barro nas minhas mãos, foi uma sensação que eu nunca mais vou esquecer em minha vida. É como escutasse uma voz vinda de dentro dizendo: trabalhe”

Obra de José Joaquim Localizada no Boulevard de Restaurantes, Piso L3.

 

Ainda dentro da temática religiosa, no Boulevard de Restaurantes, Piso L3, você encontra mais uma obra de José Joaquim.

ZEZINHO FILHO

Zezinho Filho dá continuidade à técnica do pai, o mestre José Joaquim. Após herdar toda experiência do pai, ele desenvolveu um traço bem pessoal e cria suas próprias obras. As pinhas de Zezinho com certeza são a sua marca e o tipo da peça que quase todo pernambucano tem dentro de casa. A ideia que circunda suas obras é que os processos e técnicas de produção artesanal conferem singularidade a cada produto. Assim, as peças apresentam características únicas, fazendo com que cada objeto se transforme em uma obra de arte exclusiva.

Como dito, as Pinhas, de Zezinho Filho, são obras que marcam o trabalho do artista. Pelo mall é possível encontrar várias versões do objeto. Este fica localizado no Piso L2, próximo à Etna.

 

Outra versão da Pinha está exposta no Piso L2, próxima à Sephora.

 

Este formato fica no piso L2, Próximo à Gucci.

IVO DIODATO

Ivo Diodato da Silva nasceu no município de Tracunhaém, Zona da Mata Norte pernambucana, no dia 23 de junho de 1964. Começou a trabalhar aos dez anos de idade como ajudante no ateliê do mestre Zezinho. Fez sua primeira peça, (imagem de um Cristo) aos 12 anos e, aos 16, já elaborava com desenvoltura esculturas conhecidas como Juca Pitanga, inspiradas no trabalho apresentado pelo personagem da telenovela Coração Alado (Rede Globo, 1980/81). Apesar da intensa produção, Ivo Diodato só definiu seu estilo na cerâmica figurativa em 2009, depois de quase abandonar por definitivo o trabalho com o barro.

Após altos e baixos em sua carreira, Ivo se inspirou na quebra de paradigmas contidos no trabalho de Tarsila do Amaral e se reinventou. As peças em barro respeitam a singularidade inspiradora e retratam figuras desproporcionais, com pés enormes e cabeças pequenas. Intencionalmente não têm rostos definidos, permitindo que cada observador tenha uma percepção única.

“A arte é indefinida e permite a cada um a liberdade de interação. Minhas esculturas não têm rostos porque a fisionomia é dada por quem as vê”

Obra “A Dança de Miro com Maria Grande”. Está localizada no Piso L2, próximo à Clock’s.

 

Obra “Consciência” localizada no Piso L2, Próxima à Gucci.

 

Obra “Quarta-Feira de Cinzas” localizada no Piso L2, Próxima à Gucci.

Obras de Francisco Brennand encantam o RioMar Recife

 

 

 

 

 

 

Deixe seu comentário